O Direito é tipicamente conhecido como uma das áreas que mais demoram a adequar as inovações e transformações.
Com os conflitos que surgem das novas relações sociais, os profissionais do Direito têm que se desdobrar para solucioná-los, mesmo com uma legislação não adaptada, precisando navegar por diferentes fontes.
A transformação Digital que já vem ocorrendo em diversas áreas foi fortemente impulsionada na pandemia do Covid 19.
Foi preciso repensar como continuar movimentando a justiça, quando o mundo todo precisou permanecer em casa.
As audiências on-line, que eram relatadas apenas em casos específicos no Código de Processo penal, passaram a ser uma realidade em todas as áreas do Direito.
Juízes, Promotores , serventuários e Advogados se encontraram em uma situação em que precisaram se adequar a realidade mundial.
Pedidos urgentes, liminares, medidas protetivas, não esperam um vírus ser controlado.
Todo o mundo estava vivendo no jargão juridico “periculum in mora “*
Mas essa necessidade de transformação do Direito, principalmente, do profissional, para adequação ao digital, a tecnologia, a nova economia, já era algo prenunciado pelo advogado e escritor americano Richard Susskind em seu livro Tomorrow’s Lawyers: An Introduction to Your Future de 2013.
A crise de 2008 foi um dos grandes aceleradores da necessidade de mudança do profissional jurídico, a crise fez com que as empresas começassem a exigir de seus funcionários e de seus prestadores de serviços que começassem a fazer mais com menos — mais resultados com o mínimo de gastos com recursos-.
E obviamente essas exigências também chegou ao setor jurídico, os advogados que até então sempre foram vistos como gastos que cobravam por hora trabalha, começaram a sofrer pressão de seus contratantes para produzir resultados com o menor número de horas, não aceitando mais ser cobrados por horas.
Os escritórios de advocacia e departamentos jurídico começaram a se ver na mesma exigência, precisam fazer mais com menos.
E uma forma de economizar, é automatizando processos repetitivos, com isso o setor juridico, começou a enxergar na tecnologia a disrupção necessária para atender as exigências dos seus contratantes .
Desde então temos passado cada vez mais pela necessidade de adequação as novas tecnologias, o número de legaltechs que oferecem soluções para o mercado jurídico aumentam exponencialmente, basta dá uma olhadinha no radar da AB2L*
Com isso, e como previsto pelo autor de Tomorrow’s Lawyers: An Introduction to Your Future , começaram a surgir a necessidade de novos profissionais no mercado jurídico, com habilidades técnicas que não se limita ao Direito e habilidades comportamentais que possibilitem o incentivo a um ambiente criativo e inovador.
Quais são as Novas Carreiras Jurídicas
Em uma pesquisa feita pela Dell technologies, 85% das profissões que existirão em 2030 ainda não foram inventadas, isso significa que a cada dia novas carreiras jurídicas surgirão seguindo a demanda e evolução tecnológica do mundo. O que podemos garantir é que todas as profissões que surgirão nascerão em decorrência do avanço tecnológico e suas inovações.
Listamos a seguir 4 carreiras jurídicas que já estão em alta.
Controle jurídico
É o profissional que será o suporte técnico e administrativo do escritório. Ele se torna ainda mais essencial por ser o responsável pelo software de gestão jurídica.
Gestor de privacidade
Com a mudança das leis de privacidade, o profissional capacitado para entender e auxiliar empresas a lidarem com essas normas se torna ainda mais procurado. Por ser uma área ainda muito nova, o mercado está bem aquecido.
Legal copywriter
O legal copywriter é um escritor de textos jurídicos para ação de Marketing e/ou Vendas. É um profissional que precisará se especializar em outras áreas como redação SEO e muito mais.
Analista de dados jurídicos
Outra profissão que estará em alta é analista de dados jurídicos. Esse profissional será responsável por utilizar os dados e informações judiciais, que já fazem parte do banco de dados, de forma inteligente para prever resultados.
Essas são apenas algumas das profissões que já estão em alta.
Cada vez mais, torna-se fundamental especializações ligadas ao mundo digital e a experiência com tecnologia e análise de dados.
Mas eu gosto de empreender, será que terá espaço no Futuro do Direito?
As lawtechs ou legaltechs , são startups que desenvolvem soluções para o mercado juridico e já representam o presente e o futuro do Direito, profissionais da área que gostam de inovar e querem construir soluções tecnológicas para o mercado juridico terão muito espaço e cada vez mais incentivo para desenvolver.
A AB2L ( Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs) tem sido uma das impulsionadoras desse movimento, vale apenas conhecer o trabalho se você deseja empreender
O que podemos concluir é que não sabemos ao certos todas as carreiras que surgirão no futuro do Direito, temos certeza de que elas envolverão a tecnologia e que já temos muitas carreiras surgindo e sendo fortemente requisitadas.
O importante é que cada uma esteja preparada, para o que vem pela frente . Se dedicando a estudar uma pouco mais de assuntos fora do direito, como gestão de projetos, noções de programação, design, vendas e marketing.
Buscando está pronta para assumir a liderança das transformações do Direito.